Lugar Nenhum Dentro de Mim

Era noite, e o cansaço já se apoderava de mim. O dia fora longo e cheio de conflitos. Embora meu instinto falasse para eu descansar, o trabalho de Economia ainda não havia sido finalizado e precisava de retoques. Fui para o computador e comecei a trabalhar nos arquivos. Foi aí que o telefone tocou. Em duvida se aquilo realmente havia acontecido ou era apenas o sono que falava mais alto , esperei que tocasse outra vez para ter certeza. Tocou outra vez. Dessa vez atendi prontamente ao telefone. Meu irmão dormia no sofá e por isso falei baixo, quase em sussurros. Uma voz masculina reconheceu a minha voz e já chamou por meu nome. Ivan me chamava para ir a praia tomar banho de mar. Devo dizer que nesse momento duvidei seriamente da lucidez do meu amigo. Ele confirmou sua intenção e não me restou dúvidas de que falava sério. A proposta por mais irresponsável e inconsequente me pareceu bastante atrativa e logo me vi surpreso pelas palavras que sairam da minha boca em seguida. Nana falou ao fundo que eu me apressasse.
Corri para o quarto e me troquei rapidamente. Enquanto me trocava o sentimento de excitação e dormência me atingiam em conjunto. Agir por impulso não era exatamente uma reação esperada por mim. E aquela decisão levava a agir conforme preceitos que não me foram ensinados. Agora, em lugar da excitação e dormência, sentia meu corpo se encher de medo. Medo este que tive de conter para seguir em frente. Terminei de me arrumar e corri para o corredor. O elevador demorava. Inebriado pelo cheiro do desconhecido, decidi descer pela escada mesmo. Foram os dois lances de escada mais demorados e mais rápidos da minha vida. Sai do meu prédio e esperei. E esperei. E esperei. De repente o interfone do porteiro toca. Eu estava tão focado na rua mamanguape à espera de um celta preto que nem escutei. O porteiro tinha um recado para mim. A aventura acabava ali mesmo. Nana havia sido impedida de sair de casa pela sua mãe que tão prontamente soube da notícia certificou-se de coibir o evento. Nesse momento senti algo cair sobre minha cabeça.
Um peso tão grande que me fez voltar a realidade. Embora tamanha decepção por causa da desventura que havia se concretizado, meu sentimento não era de decepção. Era de realização. Mais importante do que a própria aventura foi saber que sou capaz. Capaz de ousar, de ultrapassar limites, de não me ater a simples(e ao mesmo tempo complexos) estamentos do meu consciente. Consciência que sempre me aprisionou dentro dos meus pensamentos. Pensamentos que sempre imaginaram esse momento. Momento que finalmente aconteceu. Eu estava livre.
- Mateus Queiroz
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3 Comentários:
E o resto???
clica em continuar lendo
Em continue lendo só da erro... Pedi pra entrar com a senha do google, mas depois só fica voltando pra mesma pagina :P
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